13 de setembro de 2010

I'll choose unloved instead

Hoje o segurança viu a menina subir a rua e parar no meio dela. Não foi por causa da macumba. Parece que foram as estrelas.

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Disputo uma corrida comigo
Estirada numa combe, lançando fitas
Pisando na linha medida em cetim
Gargalhada em gargalhada, travando castigo
Voltando, que tombe, não levita nem você em mim

Paramos numa ladeira doce antiga conhecida
Donde a gente desceu esbaforida
Nem pensou em observar, em tudo caindo
Corrida nem beira a eira dum belo traçar
Para de voar e vê as luzes , casa o olhar com um outro bem-vindo

Namora o colo e o joelho feio
Embala uma brisa de noite laranja, desmancha
Desfaz o corpo que paralisa em conselho um sinal
Não existe o amor, só o prazer próprio não é devaneio
Inala, perfaz, decola, quero o silêncio feliz do meu final

6 de setembro de 2010

Black Alien

Quem entra já sabe: Justiça nossa, quem alimenta o hilário é a gasolina. Ta na porta. Numa placa e as letras formadas por lâmpadas vermelhas. Por lá, pena é mais um acessório na fantasia de índia. De melindrosa. De pops e bis. De gostosa. Ou de gostoso.

Na janela o vidro é fumê e esconde tudo, mas quando alguém sai dá pra ver o clima de baile de carnaval. Se você tem convite, não se sinta prestigiado. É só um favor. Um preview do cabaré de gatas preguiçosas. O show nunca é para os que querem. Elas são ambiciosas. Talvez para os que imploram. São piedosas. Para os que as dominam, perigosas.

Corra enquanto há tempo ou não resistirá ao barulho metálico, que vem de gargalhadas estridentes também. E quando entrar, o clima é outro. Diferente do que se supôs, pois quem comanda o lugar é poderosa. Não tem só o lote e uma boa ideia; dá aula. Dá dica, conduz o estado de espírito pelo caminho que todas percorrem. A semelhança é um laboratório de casos de amor sem sucesso. E as vitórias elas comemoram com música alta, olhares sujos e cantadas deslavadas.

Você vai se surpreender no meio do clip de Wannabe, sem falas, de beijos roubados sem reação. Se for moleque a gente te deixa em casa. Mandando bem, ainda existe drive-in no Rio de 2010. Só não tira a chave da ignição que o circo acaba. Elas vão saltar no meio da estrada escondendo o espartilho num vestido tão florido quanto a ilusão. Se embrenhar no mato sem fim até cair de amor. Se entregar até achar um chaveiro de soluções modeletes no bolso de trás da calça jeans. Com cuidado pega-se a própria chave e sorri de carona. Depois larga na primeira esquina.

Arma o circo de novo. As meninas ajudam a cobrir olheiras. Ensaiam algo mais desinibido que um balançar de cabeças. Recebem mais príncipes que preferem ser tratados como sapos. É o que sabem fazer de melhor.

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Ta virando tendência título iningrish.