21 de setembro de 2013

Grande Zeca

Zeca quer que eu tire o short. Zeca mete o pé no acelerador e a gente goza.
A válvula de escape da nossa vontade é botar o carro pra andar.

Zeca sabe um pouco que eu penso um pouco nele.
Zeca sabe mais que eu penso nele só pra fuder.
Zeca deveria saber que eu sou de tremer.
Paramos nessa parte que as partes entram e saem.
Ficamos parados numa vaga sem ter muito pra onde sair.

Nesse momento eu odeio os nossos pais e esse excesso de zelo.
Dane-se. Ele curte me tocar.
Eu curto o sorriso dele.
Enquanto percebo ele sorrindo esqueço quem pode nos perceber.
Foda-se. Não, me fode. Ah, não fode. Ta tocando Elis, é isso mesmo?

Toca Elis e me toca, Zeca.
Deixa eu montar em você.
Eu vou pensar que de uma outra vez você tira a cueca e fica mais fácil de lamber.

De uma outra vez eu quero beijar bastante tempo
Mas de um jeito que tem tempo pra acabar
De uma outra vez a gente tira toda a roupa
E ainda faz parecer que não pode tirar
Dessa outra vez quero que você ponha tudo
Tire só na hora que não der mais pra ficar

Pare bem depois que eu pensar que você vai parar.

9 de setembro de 2013

É por eles que vou me apaixonar

Agenor não faz ideia. Deve conversar com outras duas garotas além de mim. Eu converso com outros sete caras além dele. Por amizade, por sexo e na maioria das vezes pra treinar a minha habilidade de responder coisas divertidas num curto espaço de tempo. É como se eu fosse um hamster que acaba de entrar na roda
.
Agenor tem seu charme e nenhum animal de estimação. Não entendemos muito bem o porquê de manter uma relativa distância enquanto discutimos questões calorosas, mas deve ter a ver com a física quântica. Faz parte do léxico complicado das coisas não ditas. Deve estar explicado na mesma enciclopédia que me fará entender qual a nossa dificuldade com toques e cumprimentos.

Ninguém nem imagina, mas eu sei que todos sabem. Agenor e eu somos apenas amigos. Somos menos amigos todas as vezes que por menos de três segundos me imagino mais perto da boca dele. Mas ninguém nem imagina. E eu sei que todos sabem.

O que sinto por Agenor não é bem amor. É menos que paixão e mais quieto que um furor. Um dia o meu bem partiu e foi Agenor quem ficou. Escutando a minha espera. Cada sorriso meu de saudade ele acompanhou. E sorriu de volta. E de voltar que dia desses me declarei viúva.

Posto isso caso com Agenor e volto para a realidade florescente do meu computador. Qualquer chat virtual me permite criar um verdadeiro amor enquanto eu finjo que não vi o Zeca passando de bicicleta. Finjo que não o vi quando ele estava bem ali. Ficamos eu e Zeca nessa fofoca sem dar uma bitoca meio que numa lorota a enganar o Agenor.

Deixo os dois pra lá. Essa era da internet é boa que não me compromete que eu compro um monte de cassetes e é por eles que vou me apaixonar.