25 de julho de 2012

Suposta subjetividade

Heis a sua lápide: uma mesa no Amarelinho
Só cai chopp. Nem lágrima
Não é o esquecido, é o falecido
Vai nascer uma plantinha

Heis a plantinha: uma dançarina
Um casal. Um quase-casal
Uns amigos
Outra mesa de bar a dançar

Um outro evento de não deitar

o meio da Voluntários

De baile na calçada sem música
Sem paixão, sem mais
nem menos
Heis a surpresa: o outro

deixo
beijo
e uma saudade do que não foi

Heis o deserto: só que não
Que hás de ser sedento
Um todo sempre
Vários artigos indefinidos

e eu
a minha visão
a sua
o que ficou
e o adeus.

14 de julho de 2012

Fantasmas de sábado à noite

que viagem

Tomei todas e fui ver a vista
maquiada de sozinha
vestida de você
o mais belo quadro do Rio pra ver

Deixo na baía um olhar
puxo, prendo e solto suspiro
doce, evito desperdiçar
Busco nunca esquecer
e devo menos lembrar

Eu queria que você se despedisse
pois eu vou embora
E você foge preso no chão
desde os dezesseis
desde os quinze talvez

Vamos ficar mais uma vida sem se falar
dormir junto e deixar pra lá
há um quê de você nisso tudo
nesse emaranhado bobo que é meu mundo

9 de julho de 2012

Você pede

uma calmaria louca 
que combina
com esse vento frio
e a tanta água de ser
de amolecer

uma voz mais rouca
um proferir de mentiras
todas e tantas
tanta água que  só amolece

um calar de boca
um não-beijo
esse silêncio estridente
a sua mão na minha quente
sem estar

Eu hei de fazer todas as vontades
mesmo as maldades

E um dia o mundo há de entender
que os poucos loucos
são roucos
pois se é que você pede
a gente cede.