27 de agosto de 2013

e no mais tudo na mais perfeita paz

Pro seu approach brazuca te passo Novos Baianos
Enquanto deixo de gostar um pouquinho dele
Gosto um pouquinho mais de você

Vão inventar a gente numa música inventando gente que inventa gente da gente mesmo
É uma questão de coragem
De colocar o Doutor Agenor pra beijar a boca de uma amiga

Eis Agenor, um cara comum
Tão normal que da vontade de ser normal do lado dele abraçadinha no frio enquanto sai fumaça do café
E ele nem gosta de café

Eu também não
Não sou do Rio, do Brasil, da Tijuca, do sul nem do norte, nem da gente
Nem gosto de café

Eu vou comprar uma Kombi antes que saia de linha
Vou por o Agenor pra dar o beijo proibido na hora proibida

Depois a gente cai na estrada fugindo da impressão que tudo deve ficar quieto quando nunca está

14 de agosto de 2013

Eu e minha amiga Clara

Hoje saímos eu e minha amiga Clara
Em meio a uma tempestade de chuva rala
Mas nem chove e nem faz sol
É casamento de mentira, de viúva e de espanhol
São duas cabeças nubladas
Uma dor-de-cabeça de gente grande
A gente Chloé, a gente Capitu, a gente Ghandi
O coração batendo asas feito elefante
Eu trupico, ela tropeça
rimos a beça
desse vinho que não é de mesa
que soubemos bem escolher

Veja, Clara
Tu claramente podia ti chamar Laara
pra rirmos bastante desse "ti"que eu pus aqui
Vamos falar de política, falar mal, coisa e tal
Vamos nos ater a razão
Andar na contra-mão
Pensar um pouco e criticar
Viver um monte e se atrapalhar
Ter amigos

Eu quero é deitar na rua e quem não quer
Andar no viaduto e seja o que a gente quiser

8 de agosto de 2013

A profecia
















Com a chegada da primavera o mundo sucumbirá a um precipício extenso entre o sul e o norte. Nesses tempos de hoje nada que afaste. O solo em depressão é o calo da gente ao revés. Um incômodo nítido e impaciente. Tende logo a se sarar.

É com o aviso que espero ver todas as companhias aéreas se compadecendo.

A causa nessa eventualidade é um misto atípico de acaso e saudade. Um acúmulo inesperado de não ficar na vontade. Uma sedimentação involuntária de conversas sinceras, olhares furtivos e brechas covardes. E a covardia sucumbe à coragem que sucumbe à covardia que sucumbe à coragem... Que torna tudo mais profundo.

Dessa maneira é complicado prever com que frequência, mas pouco a pouco enfileram-se corações conectados prestes a se jogar. O acontecimento tomaria proporções incalculáveis a partir de um suposto declive também entre leste e oeste. As consequências se dariam em progressão.

No entanto, nada desastroso. Coração que se joga o vento leva. A previsão do impacto não há de remediar. E o King Size no terceiro volume da sua extensa obra observou que a loucura era a dose certa entre a falta e a vontade. De tal maneira o que preenche a brecha da saudade.


E nós estamos tratando de brechas. De eu e de você e das malditas companhias aéreas.