15 de fevereiro de 2009

Sou solto em qualquer lugar

Vai começar a minha alegria. Inspirada pelas postagens recentes de uma certa conhecida e pelos preparativos da mais bonita festa do mundo vim dar meu parecer sobre as carioquices mais amáveis. Estarei a bajular minha cidade explendorosamente maravilhosa; descobri até a beleza de uma tarde nublada aqui.

Três meninas empolgadas de baixo de uma árvore na General Osório às três da tarde de sábado esperando a chuva passar.

- Vamos até a pedra pra você poder tirar foto enquanto o bloco não sai.
- Daí quando agente voltar o bloco já deve ter começado a desfilar.

Chegando no Arpoador tinha um tal de Aquecimento Global, depois fui descobrir que é seu primeiro ano. Um bloco que não desfila, toca muitas marchinhas e muito Ben Jor (bem ao gosto do freguês), tem uma vista bem bonita e pessoas em pernas de pau. Tiramos fotos bem bonitas, mas nada como viver aqui e presenciar tudo de bom que essa cidade oferece.

Hoje tive um bom almoço de domingo e a ótima companhia me fez repetir que adoro essa cidade nas nossas conversas interessantes. Moraria em outros lugares no mundo, nos mais diferentes possíveis, mas passaria horas declarando o quanto sou apaixonada pelo Rio.

Na sexta tive uma festa infantil. Alguém muito especial completou um ano de vida. A Ferinha da Titia, assim vamos chamá-lo por enquanto por aqui. Levei a família para encontrar outra parte da família, a que agente escolhe segundo o ditado popular. Brinquei muito, comi muito, ri muito, dancei muito. Topei de tudo; só pelas amigas, porque o quê não faço por elas?

Terminei minha noite de sexta na Lapa. Fui pra uma das muitas festas de gente grande que rolavam por lá. O Monobloco tava cheio, eu não vi o que tinha no Circo e um tal de Mofo me agradou. Lá estava muito agradável mesmo. Boa música e boa frequência (o que exatamente as pessoas querem dizer quando dizem que a frequência é boa?).

Eba! Terminei minha noite de sábado na Lapa também! Fui pro Banga. Dançar. Só dançar. Recomendo dançar muito a noite inteira. Recomendo o banga pra isso. Recomendo companhias maravilhosas na cidade maravilhosa. Liberem suas delícias, parado não dá pra ficar...

Brevidades

Perdoem-me os saudáveis em seu sono, mas sou das que sabe aproveitar bem uma noite de insônia. Me recolho ao canto mais fresquinho do meu banheiro e desato a escrever tudo o que penso.

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Aqui está o tudo, inclusive essa última.

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Eu nunca soube convencer ninguém. Veja por este texto que agora estás lendo, em nada é muito convincente. Mas sou uma boa cobaia para experimentos musicais. Conheci música pelo comercial do Guaraná Antarctica. Descobri música na primeira série com o Tio Beto e sua seleção de Bossas Velhas.

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Análise combinatória
UFF , UFRJ , PUC
UFRJ, UFF, PUC
PUC , UFRJ , UFF

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Remédios são remédios. E loucura é você. E só piora com crise de abstinência; minhas loucuras ainda são as mesmas. Espero não ser tão previsível. Ou só pra você.

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Dois meses sem Cultura para uma aficcionada em séries e filmes estrangeiros significam dois meses de muita conversação individual em inglês. Desculpe-me a multidão brasileira (e mesmo mundial) que tanto odeia a língua inglesa, mas além do argumento óbvio da sua total necessidade no mundo atual, eu sou bastante fã da língua. Sou fruto de uma geração de louva o rock alternativo, o sotaque britânico, o Artic Monkeys e o Hugh Grant.

Vou defender mesmo. Voltar as aulas, mesmo que dois dias por semana, serviu para ouvir meu professor dizer algo que eu realmente nunca me dei conta. Está certo que sai todo dia nos jornais e todo mundo aprende em geografia, mas hoje eu tive breves cinco minutos de reflexão e me dei conta de que a potência mundial é quem é. E levando em consideração a crise atual, que impacto não?

Em tempos de crise eu sou bolsista no curso de inglês. Irônico não? Ou melhor, lógico. Em tempos de crise eu queria mesmo era ver a posse do Obama. Olha, eu sei que tudo que falo é absolutamente contraditório, mas é meu direito. Em tempos de crise, a menina que se admite concebida por uma geração indie e que supostamente adora a contra-cultura discutiu direitos hoje em inglês?

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Ser ufanista não resolve o problema; a não utilização de recursos exteriores reprime a capacidade intelectual, que é justamente o que se deve ser estimulado. Investir no imaginário infantil é necessário e fazer isso através das letras é a solução; afinal para bom entendedor da língua portuguesa meia palavra não basta.

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O fato de que a humanidade continuará aprendendo enquanto tiver capacidade de se surpreender com o mundo é claro e de importância vital para que possamos estimular uns aos outros e então trabalhar unidos em prol da busaca por conhecimento, sendo parte de uma escola universal: a escola da vida.

EVITE FAZER PERÍODOS ÚNICOS. ELES PODEM COMPROMETER A CLAREZA DO TEXTO

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Nunca mais vou pirar por causa de uma nota como no ano passado.
Nunca diga nunca.

http://www.youtube.com/watch?v=XCVzgwu7qFg

11 de fevereiro de 2009

A Bíblia

Direto da casa de um amigo, nada amigo, que esquece muitas vezes e que pra isso nós temos que bater aqui. Ele deixa agente esperando uns minutos (charme, segundo a amiga aqui ao lado). Agente senta na cama. Tem sempre um violão. Eu não sei tocar. Eles sabem. Pudera; três anos sentada, no intervalo ou durante as aulas, em banquinhos azuis e ouvindo de todos os tipos em violões e não entendo nada de acordes e notas.

Ainda me gabo de melodias bem compostas; um outro amigo complicado me ensinou a criticá-las. Ele entende de música. Eu não. Pra mim elas são como amigos; sempre falei que amigos são como música, mas é vice-versa. Quando faz tempo que você não vê aquele amigo querido são muitas saudades. E quando você sabe que conhece ele muito bem parece que nada mudou, que a melodia ainda é maravilhosa, há identificação, mesmo que nos julguemos leigos no assunto música. É só que nos sentimos bem.

Estes aqui reclamam de não serem apresentados. São o senhor e a senhora Piada. Muitas risadas por aqui. Muitas sobre a superbanda Charlie Brow Junior. Não presiso explicar qual a facilidade de se fazer piada de tal banda. Mas vou dar nome ao complicado. Mr. Teteca. Raramente visita o meu blog. Mas é um bom amigo.

Descobri que vão e vêem. Algumas faixas estão sempre na Night, na casa de qualquer um. E apesar de aquelas que voltam de vez em quando a ser o hit parade serem muito egoístas, ainda as consideramos insuperáveis. Quero pedir às completamente sumidas que mandem um sinal. Fazemos amigos sem perceber que de verdade estamos fazendo algo. Sem saber que esta construção não é planejada. Ora pois.

Sabemos muitas outras coisas, entre nós. Sabemos qual o dia da colação. E para não desfazer o que é bonito entre amigos, os guardamos. Daqui a pouco o sol se põe. Não fica preocupada mãe, eu to voltando pra casa.

4 de fevereiro de 2009

Totally High



Andando pelas ruas do meu querido bairro, dia desses encontrei um amigo querido. Ouvi um psiu e já ia sendo bastante mal-educada com o qualquer que reparava na minha roupa de ginástica (não que eu seja muito atlética...), quando percebi o quão... querido, era o suposto psiu.

Papo veio e foi num piscar de olhos e usamos tantas expressões como uso agora pra falar de um tempo bom. Desculpem-me, mas eu tive infância e amigos maravilhosos pra compartilhá-la comigo. Lembramos de como garotos de doze anos são chatos e irritantes e como apenas uma menina de doze era capaz de aturar todos eles.

Estão enganados se pensam que a menina de doze era eu. Eu era certamente a estouradinha, a encrequeira e também a que sempre falava do futuro (mesmo ninguém ligando pro futuro aos doze anos). Uma das minhas mais chegadas era a sociável. Ai que inveja!

Todos falavam com ela. E acreditem ela nem era tão bonita, nem oferecida... Fazia a linha moleca amiga de todos. Era até minha amiga! E tinha uma melhor amigo. O mais chato de todos. O mais bonito também...

Mas ele passava longe do meu perfil de prícipe encantado. Não era esquisito e tinha sempre uma piadinha pra fazer sobre tudo. Nunca fui boa para respostas. Lerda, eu pensava demais. Entretanto agente cresceu e começou a perceber que um não vivia sem o outro.

Bom, ainda não sigo em frente sem uma trupe aí... Mas, eu contei que agente cresceu? Pois é. E essa é a notícia ruim. Em um ano temos 'a viagem perfeita, os amigos perfeitos, que viveriam para sempre juntos', e no outro temos um conflito daqueles, e no outro eu encontro o melhor amigo da minha melhor amiga e percebo que ele se tornou meu melhor amigo, mas que eles nem se falam mais.

E esse comentário é pra deixar todo mundo com vergonha mesmo. Menos eu. Sou bem sem-vergonha, como diz papai. E olha como tudo é muito engraçado, cinco minutos antes de cruzar com meu (sarado!) amigo psiu eu liguei pra minha (linda!) amiga sociável procurando uma outra (perfeita) amiga minha e descobri que ela estava onde?

Na pré-estréia do Operação Valquíria. Passaria o dia inteiro escrevendo sobre a beleza de Tom Cruise, mas seria muito pouco diante do que o momento acima fotografado representa.

Algumas coisas eu aprendi crescendo; mesmo sendo essa uma parte nada agradável da vida. Que, sim, o Tom Cruise pode um dia estar ao seu lado. Que você talvez não precise nem estar em NY (que ironia em Lor???). Que pessoas crescem e nem por isso deixam de amar o que representam uma pra outra. Que nem sempre o psiu que você ouve na esquina merece um palavrão como resposta.

Amo todos os meus amigos de infância. Lor esse título foi pra você!

1 de fevereiro de 2009

A menina dos cabelos rubros


Meu programa de sábado à noite, como o de muitos cariocas, começou no meio da semana. Procuramos o horário mais tarde possível para ir até o Aterro, levando dois pacotes de macarrão e uma amiga. Ao levar um quilo de alimento pagávamos metade do preço. E assim o fizemos.


Como boa carioca também curti um dia de sol na praia acompanhada de um sanduíche natural e de outra amiga. O show foi à noite, com início previsto para as dez. Descobri quando estava lá que seria a gravação de um DVD. O entusiasmo de ser focalizada no meio de uma multidão, suada, descabelada e mondrenga anuviou a realidade de que aquele show seria bastante cansativo.

Apesar de uma hora de atraso, lá estava ela. Apareceu de costas para a platéia trajando algo que eu usaria. Cantando Flagra com todos os trejeitos típicos. Eu, obviamente, me comportei de acordo. Não era fácil me conter apreciando uma Tropicalista da alta classe. Descobri inclusive como era contagiante vê-la cantar os hits que eu adoro.

Infelizmente, nem tudo são flores, e ao final da primeira música ela pediu que compreendêssemos algo que de verdade não compreendi. O quão sacal é ir à um show de gravação. Acho que até para os fãs inabaláveis, aquilo era algo muito abalável. Nos foi pedido que refizéssemos a primeiro música.

Flagra ainda tinha uma composição espertíssima, mas a pobre mulher da cabeleira vermelha já se mostrava bastante irritada. E nós aos poucos fomos nos irritando com os intervalos para concertos técnicos, mas nunca com a repetição dos clássicos musicais.

O show terminou sem muitas despedidas (ou com nenhuma) e enquanto as luzes não acendiam o público implorava a volta da Pop Star brasileiríssima contando sucessos que ainda não tinham sido cantados. A grande surpresa da noite foi que saí do meu primeiro show sem bis. Muito inovador, não posso negar. Apesar da deselegância até me conquistar, minha maneira de implorar por um pouco mais foi vaiando.

Voltamos pra casa apertadas (ah é! foi a celebração do rosa-choque realmente), mas muito mais descontentes por termos sido feitas de palhaças. Minha sincera opinião, ou minha mais nova ilusão é que ela não foi a culpada de todo o nosso transtorno, afinal era uma mera artista. Minha irritação é com os técnicos e a gravação artificial de algumas músicas.

É... Até a música inusitada da musa do rock nacional está sendo padronizada. E com isso acabo de descobrir algo que me satisfaz. Apesar de tudo, eu estava lá. Curtindo um bom rock e nenhum dos meus melhores momentos de ontem foi enquadrado, cortado ou selecionado para acabar na banquinha de um camelô.

Nada contra os camelôs.