1 de fevereiro de 2009

A menina dos cabelos rubros


Meu programa de sábado à noite, como o de muitos cariocas, começou no meio da semana. Procuramos o horário mais tarde possível para ir até o Aterro, levando dois pacotes de macarrão e uma amiga. Ao levar um quilo de alimento pagávamos metade do preço. E assim o fizemos.


Como boa carioca também curti um dia de sol na praia acompanhada de um sanduíche natural e de outra amiga. O show foi à noite, com início previsto para as dez. Descobri quando estava lá que seria a gravação de um DVD. O entusiasmo de ser focalizada no meio de uma multidão, suada, descabelada e mondrenga anuviou a realidade de que aquele show seria bastante cansativo.

Apesar de uma hora de atraso, lá estava ela. Apareceu de costas para a platéia trajando algo que eu usaria. Cantando Flagra com todos os trejeitos típicos. Eu, obviamente, me comportei de acordo. Não era fácil me conter apreciando uma Tropicalista da alta classe. Descobri inclusive como era contagiante vê-la cantar os hits que eu adoro.

Infelizmente, nem tudo são flores, e ao final da primeira música ela pediu que compreendêssemos algo que de verdade não compreendi. O quão sacal é ir à um show de gravação. Acho que até para os fãs inabaláveis, aquilo era algo muito abalável. Nos foi pedido que refizéssemos a primeiro música.

Flagra ainda tinha uma composição espertíssima, mas a pobre mulher da cabeleira vermelha já se mostrava bastante irritada. E nós aos poucos fomos nos irritando com os intervalos para concertos técnicos, mas nunca com a repetição dos clássicos musicais.

O show terminou sem muitas despedidas (ou com nenhuma) e enquanto as luzes não acendiam o público implorava a volta da Pop Star brasileiríssima contando sucessos que ainda não tinham sido cantados. A grande surpresa da noite foi que saí do meu primeiro show sem bis. Muito inovador, não posso negar. Apesar da deselegância até me conquistar, minha maneira de implorar por um pouco mais foi vaiando.

Voltamos pra casa apertadas (ah é! foi a celebração do rosa-choque realmente), mas muito mais descontentes por termos sido feitas de palhaças. Minha sincera opinião, ou minha mais nova ilusão é que ela não foi a culpada de todo o nosso transtorno, afinal era uma mera artista. Minha irritação é com os técnicos e a gravação artificial de algumas músicas.

É... Até a música inusitada da musa do rock nacional está sendo padronizada. E com isso acabo de descobrir algo que me satisfaz. Apesar de tudo, eu estava lá. Curtindo um bom rock e nenhum dos meus melhores momentos de ontem foi enquadrado, cortado ou selecionado para acabar na banquinha de um camelô.

Nada contra os camelôs.






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