29 de abril de 2009

Este é um texto amador.

Promessa cumprida, mas vou avisando desde já que deixarei muitas pessoas desapontadas com a minha opinião. Sou tradicionalista no que diz respeito ao assunto da promessa. E promessa feita é promessa cumprida. Velocidade cumprida, assunto a cumprir. E muitos amigos meus compreendendo tudo da uma maneira errada. Não toco mais no assunto prometer.


Retirei o substantivo amadorismo, que é mais utilizado na sua forma adjetiva, de uma citação recente do Papa. Ao longo de uma discussão interessante sobre a tal citação, jogamos um jogo que é dos meus favoritos; resolvi nomeá-lo como Caça-significado. Durante alguns minutos me dediquei à arte de compor um significado para o adjetivo amador.


Segundo o site Wikipédia é o adjetivo usado para designar o desempenho de uma atividade profissional por pessoas sem conhecimento avançado no assunto e sem aparato técnico. Não devemos entretanto, nos esquecer da palavra significado quando fizermos uma procura semântica no Google, por exemplo, ou estaremos sujeitos a uma infinidade de sites sobre vídeos de sexo amador.


Estamos na era da glorificação espontânea dessas atividades; não falo apenas dos vídeos pornográficos (entendo a condição a humana, nesse ponto), mas de outros tipos de vídeos, textos, imagens e meios de comunicação que aderiram à técnica do “vai assim mesmo, está natural”. Sou fã da naturalidade. Mesmo! Admiro os naturalistas e ser natural faz parte do meu código moral. Sou fã também do profissionalismo e da inteligência, da busca pelo aprimoramento de qualquer atividade.


Só procuro vídeos na internet por indicação dos amigos fissurados (exemplos de público-alvo, de cliente). Também não consigo escapar do Pedro Henrique (outro fissurado, outro cliente). Ele chega à casa do “trabalho” e quando não vai para o clube ou quando não assiste seus programas “complexos”, normalmente está sentado à frente do notebook rindo horas a fio de uma mesma espécie de semi-película.


São experiências como essas que me deram base para argumentar no exato momento. Sou influenciada apenas pelo fato de não ser atraída por comédias, pra falar a verdade tenho pouquíssima simpatia por elas. Sou fã da gargalhada de surpresa, da que ninguém espera, do papo com os amigos. Seria uma cliente em potencial se os vídeos fossem uma coletânea de papos camaradas do dia-a-dia. Até existem esses também, mas em sua maioria eles estão presos a um círculo próprio de visitantes, o que é um ponto interessante. O primeiro de poucos.


Outro tipo de comédia me agrada: a infantil. A que vem perdendo espaço para as inúmeras atividades tecnológicas disponíveis dentro de casa para os pequeninos. A comédia pura e ingênua, até pouco sagaz, mas a que te proporcionava as verdadeiras gargalhadas naturais quando você ainda não precisava procurar breves momentos de felicidade; eles apareciam como em um passe de mágica, como tudo na infância, que passa e nem nos damos conta.


Minha crítica é ao estímulo da comédia banal, da comédia ignorante. Mesmo aos programas de TV que estimulam a bestialidade. Esse tipo de entretenimento é de origem norte-americana, é claro. Não tenho nada contra norte-americanos, afinal eles têm Nova Iorque! , mas sabemos que não são os melhores piadistas. Quem sou eu para classificar os melhores piadistas?


A inspiração de hoje é uma paixão. Meu príncipe encantado, que ano passado escreveu um artigo criticando a atitude boboca (adjetivo perfeito) de um apresentador de um desses programas. “Estamos nos idiotizando. O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice. Amigos, a mediocridade é amiga da barbárie! E a coisa tá feia.” Está mesmo meu amor.


Meu segundo ponto positivo é a democratização oferecida pela disponibilização desses materiais, apesar de achar que é “para inglês ver”, pois a capacidade de julgar a qualidade vem da formação intelectual e cultural. Se a acessibilidade nos permite encontrar o joio (e quanto joio...) e o trigo, ela não está tão disposta a nos ensinar a separá-los.


Uma idéia é tratar desse assunto no âmbito educacional. Já que as escolas estão se modernizando, os professores da rede estadual têm notebooks para “dar e vender”, porque não começar a informar aos estudantes sobre como fazer uma pesquisa de qualidade on-line? Como utilizar a internet para progredir intelectualmente?


Talvez um dia os jovens entrem na internet tomados de informações sobre os gênios da comédia cênica e possam classificar o que de verdade vale à pena. O que não valer, obviamente, fica de aprendizado. É muito importante, porém, que determinados amadores não sejam eleitos personalidades do ano, da década; como vemos recentemente.


Estou aqui na condição de um ser em progresso e sei que um dia serei uma brilhante profissional. Não me confundo, meu texto é um mero relato dos meus pensamentos. Espero que meus leitores também não.




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Quem será meu príncipe encantado: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/05/29/_meleca_no_ator_-_leia_artigo_indignado_de_wagner_moura_apos_cagada_de_reporter-546555776.asp

26 de abril de 2009

Admirando o astuto

Acho que perdi o jeito com as palavras. São meses sem lhes responder, sem me responder. Tenho pra mim que por isso venho falar de comunicação.

Na bagunça dos meus pensamentos de dezoito confundo significados e apelo para figuras de linguagem, quase sempre a metonímia nossa de cada dia. Ao fim penso que sei muito pouco. E saber muito pouco me avisa o pouco tempo que tenho para tanto descobrir. Como aprender a ser sábio em tão "pouco" tempo?

Venho ser oobjetiva e discutir a plenitude das palavras, mesmo com o meu mal lavado vocabulário. A inspiração partiu da recorrente auto-classificação de meus pensamentos como primitivos.

Atribuí a minha indignação para comigo mesma opiniões um tanto quanto adversas. Opiniões com quais nunca imaginei concordar, mas aqui estou me valendo de dois adjetivos absolutamente plagiados. Só me resta caracterizar meu raciocínio e minha conectividade de pensamentos e expressões de pensamentos como amadora e ingênua.

Quero falar do amadorismo atualmente. Tenho muito o que falar. Minha opinião é a de que os brasileiros são amadores por natureza. E a de que nunca na história se venerou tanto tal qualidade. Deixo o assunto pra outro dia, prometendo rapidez e esperando que a falta de técnica da minha abusada tentativa de expressão também seja venerada, ao menos acolhida.

Enxergo neste assunto anterior uma via de mão dupla; mais uma contradição. Mais prós. Mais contras. Então me cabe associar a este meu ponto de vista a ingenuidade. Sou a contradição em pessoa e admito não me esforçar muito para definir o sim ou o não. Quero distância da praticidade no que diz respeito ao pensar, ao concluir. Sou do contra.

Se sou a favor é pra te contrariar. Como algum dia irei convencer alguém como sendo uma comunicadora eu não sei. Sei que ninguém está atrás de confusão; todos só querem abrir o jornal e aderir a uma opinião por adequação. Eu nunca quis me adequar.

Se alguém está lendo o que acabo de escrever e sabe se existe mesmo memória virtual, me avise. Sou A ignorante em tecnologia. Não sei de que maneira escrever todas essas alucinações afetará minha futura carreira.

Sábado passado foi um desses dias em que me surpreendi cheia de esperança. Esperança essa originária de um artigo que li chamado "A astúcia das palavras". Fui chamada pela astúcia das palavras e no minuto seguinte recolhi a caneta no fundo da mochila e comecei a sublinhar "Em um mundo fascinado pelas imagens e pelas superfícies, os repórteres são vistos como guardiões da objetividade. Com seu apego aos fatos, eles nos impedem de enlouquecer".

Você deve estar se perguntando de onde brotou esperança. A resposta mais uma vez é a contradição: nas palavras do escritor. "'Um repórter não é um simples caçador de imagens (...) Ele deve saber captar as visões do espírito' (...) o jornalismo não é um espelho, em que o mundo se reflete serenamente, mas uma broca barulhenta que, aos trancos, o perfura. No fim do esforço, restam, apenas, palavras".

Possivelmente eu estou no caminho certo. Minha mente é uma batalha iluminista cercada de dúvidas entre o racional e o passional. Me apego aos fatos, mas sou amante das emoções. O que escrevo vem de sentimentalismo barato, de romantismo camuflado de ironia. O que falo já é mais como a tal broca barulhenta. No fim de esforço restam apenas essas palavras pelas quais me apaixonei. A tal linguagem da qual não abro mão.

O artigo também falou de coragem e ainda disse como a luta para um jornalista é uma ética. Me encantei. Vou terminando meu texto quase todo em intertextualidade.

Aos que perseveraram na leitura e detectaram, assim como eu, o contínuo uso das mesma palavras e dos mesmos encaixes linguísticos, considero essas observações parte de um estilo. Estou, agora, orgulhosa de tê-lo e por ora não me envergonho desse ser também um indício de amadorismo. Continuo me atrevendo entre versos.

"Seres da superfície, só com muito esforço afundamos o rosto no oceano. Somos, em definitivo, prisioneiros das imagens; só as palavras nos salvam de enlouquecer. Mesmo com elas, porém, devemos ser prudentes."