6 de setembro de 2010

Black Alien

Quem entra já sabe: Justiça nossa, quem alimenta o hilário é a gasolina. Ta na porta. Numa placa e as letras formadas por lâmpadas vermelhas. Por lá, pena é mais um acessório na fantasia de índia. De melindrosa. De pops e bis. De gostosa. Ou de gostoso.

Na janela o vidro é fumê e esconde tudo, mas quando alguém sai dá pra ver o clima de baile de carnaval. Se você tem convite, não se sinta prestigiado. É só um favor. Um preview do cabaré de gatas preguiçosas. O show nunca é para os que querem. Elas são ambiciosas. Talvez para os que imploram. São piedosas. Para os que as dominam, perigosas.

Corra enquanto há tempo ou não resistirá ao barulho metálico, que vem de gargalhadas estridentes também. E quando entrar, o clima é outro. Diferente do que se supôs, pois quem comanda o lugar é poderosa. Não tem só o lote e uma boa ideia; dá aula. Dá dica, conduz o estado de espírito pelo caminho que todas percorrem. A semelhança é um laboratório de casos de amor sem sucesso. E as vitórias elas comemoram com música alta, olhares sujos e cantadas deslavadas.

Você vai se surpreender no meio do clip de Wannabe, sem falas, de beijos roubados sem reação. Se for moleque a gente te deixa em casa. Mandando bem, ainda existe drive-in no Rio de 2010. Só não tira a chave da ignição que o circo acaba. Elas vão saltar no meio da estrada escondendo o espartilho num vestido tão florido quanto a ilusão. Se embrenhar no mato sem fim até cair de amor. Se entregar até achar um chaveiro de soluções modeletes no bolso de trás da calça jeans. Com cuidado pega-se a própria chave e sorri de carona. Depois larga na primeira esquina.

Arma o circo de novo. As meninas ajudam a cobrir olheiras. Ensaiam algo mais desinibido que um balançar de cabeças. Recebem mais príncipes que preferem ser tratados como sapos. É o que sabem fazer de melhor.

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Ta virando tendência título iningrish.

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