Hoje vi um menino morrendo enquanto o povo gingava. No rosto dele tinha um suor de dor e na mão da morena um pandeiro. Quem marcava era ela e o branquelo sambava e mulato morria e o povo sorria.
Ontem vi um povo morrendo sei-lá-do-quê. Parei no bar e tinha terra em todo lugar. Tinha lama até em mim, que o fortão ontem fez questão de espalhar. Pedi o copo e pedi pra ir. Eu vejo o mundo que me vendem e ninguém quer comprar o meu fim.
Amanhã eu quero ver tudo dourado. Não vai ser de festa, nem à prêmio. Pode não mesmo secar terra nenhuma. Faz não molhar demais nem o cerrado. Isso não é amor, não é meu grêmio. É um preto a rezar sem uma pluma. Prum carnaval sem fome e sem frio. Sem homem e sem rio.
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