26 de maio de 2009

Em breve muitas mudanças por aqui







Agora estou muito comercial. Anunciando o resultado das minhas últimas descobertas midiáticas e promovendo, futuramente, um Vossavalvúla melhor para você. Mas nunca trocarei para publicidade e propaganda...





Está muito difícil postar por aqui...





Enquanto isso fico sozinha com meus pensamentos, minhas idéias e toda a criatividade que vai além da minha vã filosofia;

16 de maio de 2009

O sexto de muitos



Minha jornada Skankmaníaca começou na loucura da minha quarta-feira quando fui ao MAM comprar meu ingresso. Ingresso garantido (só o meu) e a aflição ignorante de perdê-lo fez com que eu não o tirasse da minha carteira. A outra aflição ignorante de que eu fosse roubada e igualmente o perdesse me deixou mais anciosa ainda. Ouvir minha pequena coleção de CDs deles à noitinha me tranquilizou.

Não foi o bastante para me acalmar na sexta-feira de manhã depois de constatar por telefone que meu destino seria aproveitar solitariamente do meu ingresso e da minha noite. Experiência essa, a qual eu nunca tinha vivenciado. Nem vivenciei. Foi o sexto show (se não me enganei na matemática); o terceiro com fãs malucas como eu que fazem coreografia para Três Lados.

Estandarte é um bom álbum, pelo o que pude perceber, já que ainda não parei para ouví-lo. Maquinarama é o melhor e apesar de já estar acostumada a não ouvir Água e Fogo, não gostei de ir embora sem Ali. Da última vez que imploramos, em junho de 2007, Samuel cedeu a nossa súplica. Nada se compara ao show em que ele " teve que nos deixar pois os técnicos tinham que arrumar o palco para o dia seguinte".

Quando chegamos, cedo ainda, diga-se de passagem, recebemos cartõezinhos com três opções de Bis, que teríamos que votar via SMS. Mais uma invenção tecnológica que eu odeio. Acabei perdendo Jackie Tequila/Anna Luiza Machado.

Samuel encontrou uma solução mineira para a problemática e acabou escolhendo uma música de cada uma das opções. Assim tivemos É uma partida de futebol, Esmola, Pacato cidadão, Resposta (ainda bem! acompanhem um trecho no vídeo acima) e Tanto. É tanto... mas não é tudo.

- Eles não vão cantar Formato Mínimo né...

- Não. Claro que não.

- Mas eles já cantaram em um show que nós fomos, se lembra?

- O cosmotron, porque era música do cd.

Eu já ouvi até A banda dos contentes. Mas realmente, foi no show Skank e o Tremendão. Sem mais palavras e sons, meus caros. Curtam os pequenos momentos únicos da vida de vocês. Sua banda favorita só fez um show como àquele. Qual é seu show favorito da sua banda favorita?

Difícil. Ainda bem que eu só fui a um show dos Hermanos. Assim não é preciso comparar...

Conto n°2

07/10/2008


A primeira vez que a viu foi em março de noventa e seis. Ele tinha seis anos e noventa centímetros, faltavam apenas dez pra andar na mini-montanha russa do parque. Ela passou sem percebê-lo. Exibia um arco com dois laços vermelhos, o uniforme do colégio das freiras e deixou cair um nariz de palhaço. Ele recolheu.

Ela o percebeu apenas em setembro do outro ano. Já tinha sete anos e viu um menino que segurava aquelas bolas de clóvis. Ela adorava carnaval, mas tinha medo daquela fantasia. Olhou pra ele e viu também um curativo no queixo. Teve pena, não medo.

No dia seguinte eles pararam um de fronte ao outro, nas calçadas opostas de sempre. Mas se viram desta vez. Ele sorriu e ela olhou pra baixo. Ele seria um clóvis da vida real? Seria muito mal? Era um extranho de qualquer jeito e ela não podia falar com estranhos.

Ele não entendeu porque ela abaixou a cabeça. Devia ser mais uma das garotas que estavam se afastando dos meninos. E ele a odiou terrivelmente. Não voltou a sorrir pra ela na travessia para o outro lado da rua, apenas focalizava o bonequinho verde que o permitia atravessar.

Infelizmente se viam todo dia. A mãe dele preferia atravessar naquele sinal. “É logo em frente ao seu colégio” dizia ela. A empregada dela tinha que comprar pão todo dia de manhã e a padaria do outro lado da rua fazia um pão bem cheiroso e era no caminho. Às vezes ele a pegava olhando-o, mas ela fazia questão de abaixar os olhos em seguida.

Três anos se passaram e um dia ela não o viu. Parou, o sinal ainda estava vermelho, e não havia ninguém do outro lado da rua. Quer dizer, havia um monte de gente, mas não o seu clóvis de sempre. Pensou mil coisas horríveis, dessas que as crianças pensam como se realmente acontecessem.

Dois meses depois do início das aulas ele não teve como fugir daquele sinal. Na rua por onde estava indo pra escola todos os dias, houvera um acidente e os guardas impediam a passagem de pedestres. Ele a viu. Antes de parar no sinal. E correu pra se esconder na pilastra da padaria.

Ela vinha com um garoto. Do mesmo colégio que ela. A mãe devia ter permitido-a ir sozinha pra escola neste ano, todas as crianças estavam indo. Ela estava linda Ele não pode deixar de perceber como seus cabelos ondulados caiam no ombro presos por dois grampos, um de cada lado, e pela primeira vez seus olhos pararam nas pernas de uma garota.

Caio, o vizinho dela, estava com uma crise de asma na segunda semana de maio. “Pobrezinho” pensou, “justo dois dias antes de seu aniversário”. Ela resolveu fazer algo que sempre tivera vontade de fazer. Seguir pela outra rua e atravessar em um sinal mais à frente. Seria mais longo, mas sempre estava com Caio desde que começou a andar sozinha e ele dizia que seus pais não iriam gostar se eles mudassem o percurso.

Ela adorava àquela rua. Tinha muitas árvores, muitas casas antigas... Tinha ele. Vindo em sua direção. O menino que desde o início do ano nunca mais vira. Ele estava mais alto e mais desengonçado. Seu colégio provavelmente mudara de uniforme, visto que os shortinhos de lycra azul foram substituídos por uma bermuda jeans.

Passou um vento, destes que te deixam zonza. E as folhas do fichário dela voaram todas. Ela se abaixou urgentemente para tentar pegar as que não tinham caído no rio que cortava a rua. As duas últimas foram catadas por ele.

- Obrigada – ela olhava pra baixo. Não conseguia não reparar como as mãos dele eram bonitas.

- Não tem de quê.

Ela não era uma das meninas que tinha se separado dos meninos aos sete anos. Era tímida! Escondia um sorriso no canto direito da boca exatamente no momento em que agradeceu a ele.

- Qual se nome?

Ela estava de costas pensando se respondia ou não. Se era corajosa o suficiente para mudar o caminho de sempre, não teria medo de estranhos dessa vez.

- Nina.

- O meu é Pedro. É que o meu vizinho estuda no seu colégio... Eu to atrasado. Eu tenho que ir.

Ela o adorou por ser tão corajoso! E foi pra escola escondendo o sorriso no fichário que apertava junto ao peito. Esquecera toda a matéria que tinha que recuperar e em casa só pensava em ir pra escola no dia seguinte pela rua em que tinha descoberto o menino.

Ele pensou nas pernas dela. O dia inteiro também. E seguiu com as suas para o vosso antigo sinal, pensando que ela estaria lá. O mal dos dois era pensar de mais. Ou de menos, visto que seus impulsos falavam mais alto mesmo aos onze anos.

Tornaram-se amigos. No dia seguinte ao desencontro Caio deu um beijo em Nina quando ela chegou ao seu apartamento para contar tudo. E cedeu aos sentimentos do garoto. Estavam namorando desde então.

Pedro era o garoto de quinze mais esperto que ela conhecia. Vivia por contar histórias obscenas que ouvia de seus vizinhos. E ao lado dele Nina era a mais corajosa das garotas. Se interessava nos mínimos detalhes das histórias.

Nina era a garota de quinze mais original ele conhecia. Juntos mudavam o final de todas as histórias e ele tinha que admitir que os finais dela eram bem mais surpreendentes e emocionantes que os dele.

Pra ele, ela era feito uma montanha russa. Daquelas que ele tanto gostava. Pra ela, ele ainda era clóvis. A fantasia mais misteriosa e mais altiva do carnaval. Pra eles ainda eram juntos um sinal vermelho que os obrigava a se observarem por minutos que pareciam uma eternidade, sem ao menos se tocarem.

No final do ano Pedro foi morar nos Estados Unidos. E as conversas dos dois se resumiam a cartas. As de Nina bem grandes e espaçadas. Sua pontuação coincidia perfeitamente com o jeito que falava. Devia saber fazer isso muito bem porque queria escrever contos infantis, como confessara a Pedro um ano atrás.

“Terminei”. Foi a carta de dezembro do ano sete. Soube que Pedro entenderia. Ou talvez pensasse em muitos sentidos para aquele verbo, mas apenas um haveria de deixar seu coração mais aflito do que nunca. Só um o faria voltar ao sinal de sempre.

Durante dois anos ela atravessou àquela mesma rua. Tinha dias que chegava da faculdade bem de noitinha e sentava no meio fio. Examinando a poesia que saia daquele bonequinho que ora era verde, ora era vermelho. E as duas opções de destino que ele lhe oferecia.

Passados mais um ano sua esperança foi-se esvaindo. Não poderia jamais ter tanto amor por outra pessoa. Pedro era um clóvis muito mal que à deixara sozinha. Vã. Atravessando a mesma rua. Fora feita de palhaça.

Não. Era ele o palhaço. No dia primeiro de setembro ela estava com pressa e resolveu seguir correndo para o sinal adiante. Ele a puxou. Usava uma bolota vermelha no nariz, muito parecida com uma que ela tinha quando era pequena.

Sinal verde.




Severa Maria

14 de maio de 2009

Severa, Beltrana, dois sucos de laranja e O teatro

Ainda é complicado lidar com a frequência, para mim. Por vezes percebi que tinha que dar uma passada por aqui, mas nem uma (nenhuma) mísera idéa pintou. Vir falar do aniversário do mendigo da esquina já seria clichê. Mesmo Karl Marx sendo Karl Marx e taurinos não sendo mendigos, ou mendigos metidos. Nada mais de astrologia.

Vou fazer desse post um cronograma; aquela última página da edição de uma revista, com as matérias da próxima edição.

* Comecei a escrever um novo conto. Nunca postei nenhum meu aqui por vergonha e medo. Meus contos são legitimamente parte de mim e me expor sem ironia e subjetivos não é confortável. O título é Memórias do Cartão. Boa sorte (saudade de gente que faz graça usando a mais simples das recomendações).

* Quero comentar a morte de um grande autor de teatro que tem estado na mídia durante essa semana. Mostrar minha metida perspectiva.

* Teatro, teatro, teatro...

A paixão continua. Nasce na besteirice de papos engraçados, entre pessoas engraçadas e inusitadas. Que sentam na praça, com caderninhos, tirando onda de personalidade, tirando onda de zé ninguém que pede um suco de laranja e conversa sobre noitadas em boates cariocas e os textos de Sartre. "Não vamos desperdiçar Sartre assim". Muto doidas!!

Cresce naquele mesmo lugar. Antro. Escola. Abrigo. Nosso querido hospício. Agente cata gente; pinça pessoas que como nós se sentem a vontade em fazer merda e rir da merda. MERDA. MERDA. MUITA MERDA.

Muita saudade! Eu estou crescendo ali ainda. É muito bom voltar pra casa. Encontrar a família. Lembrar do natal, do carnaval, de contos infantis, de defuntos.

Um suco de laranja e a conta. Um suco de laranja e um conto. Um suco de laranja e uma história pra contar. Uma história que está apenas começando.

Anda... Entra!! Ninguém está entrando...

MERDA!!

5 de maio de 2009

Conflito astro-social e congratulações

Falei que maio é O mês! Descobri hoje que meu ídolo mor faz aniversário hoje. Sendo ele taurino nós poderíamos ter nos dado muito bem há cento e noventa e um anos atrás. Ele não era apenas taurino, mas inglês e foi o idelizador da filosofia socialista; ele nasceu pra mim!

Apesar de tudo ser muito contraditório. Eu não imagino um taurino idealizando tal filosofia. Acho que nem dados museológicos teriam a hora exata do nascimento, senão poderíamos calcular o ascendente, que provavelmente é revelador.



Pra quem estava com saudade de me surpreender divagando sobre astrologia... (ninguém?)

4 de maio de 2009

Meu MAIO

Gosto de datas e respeito a cronologia; penso ser uma das invenções mais lógicas da humanidade.

Nasci em fevereiro por presente divino. Sou filha do carnaval e estou em casa quando estou na rua coberta de confete e serpentina.

Já as estrelas do céu nasceram em setembro. Já olhastes algumas vez o céu em setembro? É lindo, mais lindo que em qualquer época do ano! Ou eu ouço muito Earth, Wind and Fire. Setembro e suas estrelas...

Porém, as coisas acontecem em maio. Guardo segredo dos momentos mais maravilhosos que vivi neste mês, apesar de acreditar que meus leitores compreendam bem a subjetividade.

Parabenizo os aniversariantes! São muitos amigos, muitos taurinos exasperados que inesperadamente cruzam a minha vida. Alguns poucos geminianos encolhidos que são acolhidos com muito carinho também.

O mês já chega pedindo pra eternizar. Chega me balançando (em ritmo de funk) e mostrando que "maio é maio". Ature as lembranças e sinta saudade, Anna Luiza, a vida corre mais que os doze meses de um ano. Um ano. Maio foi meu mês um e ... um ano. Ature as lembranças e sinta saudade, Anna Luiza.

Dia quinze de ...? Maio, tem show do Skank. A música de Maio só podia ser deles.





RESPOSTA


Bem mais que o tempo que nós perdemos, ficou prá trás também o que nos juntou. Ainda lembro que eu estava lendo, só pra saber o que você achou dos versos que eu fiz e ainda espero resposta.

Desfaz o vento o que há por dentro desse lugar que ninguém mais pisou. Você está vendo o que está acontecendo? Nesse caderno sei que ainda estão: os versos seus, tão meus que peço nos versos meus, tão seus que esperem.

Que os aceite em paz.

Eu digo que eu sou o antigo do que vai adiante. Sem mais eu fico onde estou. Prefiro continuar distante.

Bem mais que o tempo que nós perdemos, ficou prá trás também. O que nos juntou? Ainda lembro que eu estava lendo só, pra saber o que você achou. Dos versos seus tão meus que peço. Dos versos meus tão seus que esperem que os aceite.

Em paz eu digo que eu sou. O antigo do que vai adiante, sem mais. Eu fico onde estou, prefiro continuar distante. Em paz eu digo que eu sou. O antigo do que vai adiante, sem mais. Eu fico onde estou, prefiro continuar distante.

Desfaz o vento. O que há por dentro desse lugar que ninguém mais pisou? Você está vendo o que está acontecendo: nesse caderno sei que ainda estão os versos seus tão meus que peço nos versos meus tão seus que esperem. Que os aceite.

Em paz, eu digo que eu sou o antigo do que vai adiante. Sem mais. Eu fico onde estou. Prefiro: continuar distante.

Em paz, eu digo que eu sou o antigo do que vai adiante sem mais. Eu fico onde estou. Prefiro continuar distante.

Em paz. Eu digo que eu sou o antigo do que vai adiante. Sem mais eu fico onde estou. Prefiro. Continuar distante?