7 de março de 2014

A MENOS UM VEZ

Dar ou não dar. A questão é por quanto tempo prolongar. Fodam-se os meus desejos. Foda-se a minha vontade. Deixa descobrir que a transa poderia ser boa sem que ela de fato tenha vindo a ser. E é o século 21. E eu ouvi faz tempo que não era pra dar de primeira.

Passei uma vida questionando esse princípio. Acreditei por muito tempo na magia do momento; em situações isoladas que me renderiam momentos incríveis. E renderam. Mas eu falo de uma permissividade. O permitir-se que exige bem mais coragem do que a decisão de dar ou não a xoxota.

Comer depois de já ter experimentado é o poder que o homem se permite ter de levantar ou não a saia. É uma hipocrisia do caralho. E eu deveria ter entendido isso faz tempo se o meu lance era fazer render aquele brigadeiro que por um milagre esteve no ponto. De presente de aniversário eu ganhei a ideia de não dar de colher na boca de ninguém.

Combinei com um amigo de tentar essa experiência. Um que já me comeu de primeira vez. Mas é que eu precisei chegar à vez  de número “menos um” pra entender que o mundo disfarçou uma entrega. Que é bem bacana e cool ser moderninha e se render ao desejo de momento. Mas nunca será tão transante investir num jogo que não é o homem que sai ganhando.

Uma palma e meia para os que continuaram a sair depois de um sexo de primeira vez. A metade de palma que falta é esse suspiro de consciência por amostragem: eu já dei pra sete caras de primeira. Somente um quis continuar me comendo.

É. Meu sexo é ruim e esse é o relato de uma mal-comida. Eu vou discutir o apelo social e sexista da questão já que eu não posso estuprar um cara. E nem quero.

Faz tempo que eu entendi que o sexo é bom quando a gente quer. E ponto. Enquanto isso a sociedade tenta me convencer a baixar a mão do cara que tenta invadir a minha pélvis.


Só que da próxima vez eu resisto.

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