8 de janeiro de 2009

A nova ordem mundial


Que atrevimento ser jovem! Achar que lutas, sejam elas particulares ou não, modificarão a humanidade, talvez a Terra e o Universo. Como foram tolos aqueles que encenaram a tal transposição de barreiras. Foi tudo mera ilusão da juventude. E eu, como tal, estou também me atrevendo a ser demasiadamente pessimista, demasiadamente irônica, demasiadamente demais.

Que estupidez classificar gerações. Somos certamente a pior geração que existiu. Por preguiça, indiferença ou acomodação preferimos digitar poucas palavras que não alterarão em nada esse dia-a-dia. Dia-a-dia ainda se escreve assim?


Como não nos envolvemos em lutas épicas pela renovação do carácter humano acabamos mudando mesmo a língua portuguesa. Viu? Eu mesma já estou reprovando qualquer alteração no mundo em que me criei: ficaremos mesmo como os nossos pais? Ou apenas repetiremos ralos versos musicais que significam pouco ou nada.

Eu luto contra o estereótipo e acho que possivelmente essa é nossa maior ditadura. Ser igual à todos é incômodo, mas não é necessário? Não nos adequa ao mundo em que queremos nos adequar? Afinal como ser bem-sucedido sem ser normal, sem ser igual?

Hoje faço questão de admirar quem não é bem-sucedido. Quem foi morar na rua, vive de música e passa do meu lado indo fazer seu trabalho, cumprimentando a rapaziada. Admiro um outro que ainda mora na rua e vive à escrever; talvez nem escreva mesmo, mas pelo menos só finge fazer aquilo que eu acho que faço. Outra guerra: "crescer na vida". Somos impostos à ela.

Os jornais, as revistas, os comerciais, a mídia colore aqueles que parecem ser muito felizes. Se são realmente não sei, mas gosto de aproveitar cada momento infeliz da minha juventude; tentando entender quais as minhas revoluções, quais as nossas. Acho que ultimamente só tento me transformar numa heroína, sonho bobo de criança. Salvar o mundo dos nossos atuais problemas é apenas o amadurecimento desse capricho.

Ser a gente mesmo não é fácil. Se adequar nos deprime, reclamar nos envergonha, não ter sucesso nos desonra, não ter futuro nos mata.

Por isso escrevo, porque hoje descobri que não sei absolutamente nada sobre o meu futuro; e isso, que antes alimentava as minhas esperanças, agora me assusta tremendamente. Culpa do meu mundo. Por um futuro? Que ordem é essa que tentamos impor ao mundo. Sou fã do natural e o natural do mundo é ser desordenado e tão bonito assim.

Desisto de por ordem em mim, pois sou provavelmente parte do futuro do mundo.

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