30 de abril de 2010

Abre a cortina.

Sabe, eu estou amando. Estou tão enfeitiçada que as piores preocupações são agora as maiores piadas. Eu vou te seguindo, insana, com o brilho no olhar que me é peculiar, que pra ti fica tão visível. Deixando pra trás a minha vida, pra no próximo passo ser a nossa vida.

Melhor, você me ama também. Não fugimos desse sentimento-catástrofe, nem deixamos de ter medo. Quando em ti, sou maior. Quando em mim, sou só sua. E no estalo dos nossos toques eu me confronto, descubro quem sou, do que gosto. Passam rápido os nossos beijos, voam as nossas noites de amor.

Como ontem. Despertei ofegante sem estar mesmo adormecida. A minha transpiração fazia jus a entrega, ao destempero do drama entre dois amantes. Olhei pro teto enquanto descansávamos um do outro e vi os refletores apagados. Comecei a perceber novamente os sons da rua, a chuva de mansinho, minha panturrilha dormente.

Depois tu me tomas de novo, como sempre. Te direi logo que já pensei muitas vezes em lhe deixar, procurar uns meninos. Mas eu sei que a melhor coisa da vida é o tempo que espero calada pra entrar em cena. Pra nos encontrarmos.

Só você me repara, só você me educa, me enlouquece, me agoniza, me maltrata, me faz viva. Depois, todo mundo aplaude. E a gente se ama de novo, Teatro.
* eu não revelaria mesmo os meus amantes. até porque são só amantes