1 de março de 2013

O não-dito

Que hora pra estalar os dedos
Que hora pra ficar com o coração na boca
Que hora pra ter vontade de cheirar a sua camisa quadriculada em cima da cama
                          - e esse desodorante de merda só vai me fazer lembrar desse momento

Antes que o leitor pense que é infelicidade

(...)

É a minha nova tatuagem

O não-dito
                ; que ficou debaixo desse cobertor
ficou na ponta língua
e vai abrir desengonçado essa janela difícil
e descer de tobogã
até ninguém nunca precisar saber
e a gente fingir esquecer

(...)

Enquanto eu espero os parabéns o vento resmunga que dá azar antes da hora

Usa o seu óculos de menino estudioso
                                                         - e esse ar
pra mudar toda essa rua

Constrói um correio, sei lá
Eu to revisitando o mesmo lugar
Eu cresci um pouco pra entender que nada desata sem se encontrar
   

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